Minha Jornada na Tapeçaria Náutica .

De Engenheiro Mecânico a Tapeceiro Náutico

Uma Escolha de Coração

Minha história como tapeceiro náutico começou em um momento de incerteza — e se transformou na grande paixão da minha vida.

Era 1983. Eu tinha 28 anos, formação acadêmica, dois filhos pequenos para sustentar… e nenhuma oportunidade na engenharia, por mais que eu tentasse. O mercado estava tão fechado que me marcou profundamente a história de um homem que ficou famoso na época com sua pequena loja chamada “O Engenheiro que Virou Suco”. Aquilo me impressionou. Ele também não conseguiu emprego na área — e, curiosamente, tinha o mesmo sobrenome que o meu: Garcez. Foi um sinal para mim.

Trabalhei com vendas por um tempo — e até fui bem —, mas aquilo não preenchia meu espírito. Sentia que faltava algo.

Foi então que, no meio dessa busca, percebi que muitos daqueles empreendedores que eu visitava como vendedor tinham algo em comum: decidiram trilhar o próprio caminho. Essa ideia ficou comigo. E foi aí que, sem grandes planos, mas com muita vontade, dei meu primeiro passo rumo a uma nova vida.

Ao meu lado estava Lima — meu padrasto, meu mestre e meu amigo. Um homem de mãos firmes e coração generoso. Foi ele quem me apresentou ao universo da tapeçaria. Com paciência e carinho, ele me ensinou desde o básico até os detalhes mais refinados do ofício. E mais que isso: ele me mostrou que trabalhar com as mãos pode ser uma arte, e que transformar tecidos em conforto é quase como transformar esforço em amor.

De aprendiz, virei profissional. E de profissional, virei apaixonado. A tapeçaria náutica me deu mais do que uma profissão — me deu um propósito. Até hoje, quando coloco as mãos em uma peça, lembro do começo, do Lima, da luta… e sinto orgulho de tudo o que construí.

Essa é a minha história. Feita de coragem, recomeço, e principalmente: feita com o coração.